quinta-feira, setembro 14, 2006

Vinho...Wine



O Vinho da Madeira constitui um dos principais meios de riqueza da economia madeirense.
O vinho foi introduzido nesta ilha por alturas do povoamento e por ordem do Infante D. Henrique. A primeira casta a ser introduzida na Madeira foi a Malvasia, vinda da ilha grega de Cândia, tendo sido a sua primeira exportação para a Europa durante o ano de 1515, destinada para França para a corte de Francisco I.
Foi só no declínio do ciclo do açúcar, que se incrementou, no Séc. XVII, a sua produção, que hoje ocupa um lugar cimeiro na economia da Ilha da Madeira.
O vinho Madeira ganha reputação internacional séc. XVIII e 1º quartel do séc XIX; chegando a ser "o vinho mais caro e apreciado do mundo".
Quando em 1852 e 1872 as pragas de oidim e de filoxéra ameaçaram a produção vinícola, só com a importação de novas vides (enxertadas posteriormente com as castas nobres) é que foi possível evitarem o aniquilamento desta indústria.
As videiras encontram no solo e no clima ameno da Madeira uma situação bastante privilegiada, conferindo-lhes assim característica bastante próprias.
Embora na Madeira, existam mais de 30 castas diferentes as mais nobres são Malvasia, Verdelho, Boal e Sercial cultivadas no Sul da Ilha e no Porto Santo.

terça-feira, setembro 12, 2006

Bordado Madeira



Olhar para um bordado, é como viajar num mundo de fantasia, cor, imaginação e muita arte. A arte dos pontos e das laçadas onde se adivinham horas de trabalho e dedicação.
Os bordados Madeira são uma recordação cobiçada pelos visitantes, tanto pela sua beleza como pelo seu esmero de execução e podem encontrar-se das mais variadas formas, que vão desde a sumptuosas toalhas de mesa a delicados lenços de mão.
Não se sabe ao certo quando é que se começou a bordar na Madeira. Porém, calcula-se que no princípio do século XIX tenham surgido as primeiras criações, devido à influência inglesa.
Em Junho de 1850, o bordado Madeira apareceu como novidade ao público, na Exposição da Indústria Madeirense, e teve a sua primeira apresentação no estrangeiro quando um ano mais tarde, e a convite da rainha Vitória, a ilha da Madeira esteve representada em Londres numa exposição de indústrias diversas.
O impulso dado à indústria do bordado, ficou a dever-se a Miss Phelps, filha de um comerciante Inglês residente no Funchal.
Por volta de 1860, o bordado já era uma autêntica indústria. Por toda a ilha já se contava com milhares de bordadeiras. Só vinte anos mais tarde é que este bordado chegou à Alemanha e então alguns comerciantes alemães vieram estabelecer-se no Funchal.
Em 1900, começou a ser feita a industrialização com destino à América, feita por sírios ali estabelecidos.

O bordado da Madeira sofre algumas influências; não só das rendas inglesa , de Milão, Burano e Burges como recebeu do bordado renascença, richelieu e do veneziano.
Esta influência levou à constituição de outro tipo de bordado madeira, muito semelhante a uma renda pesada, muito mais rico e decorativo.
O bordado Madeira mais antigo, é caracterizado por: bordaduras em grinalda, caseados, filas de ilhós, garanitos (ou granitos), rosetas, estrelas, viúvas e cavacas;.que tanto podem ser aplicadas em barras de lençóis, toalhas de mão, vestidos, camisas de noite e lenços.


As fábricas não são os locais onde o bordado se executa, mas sim casas comerciais onde se encontram os operários, secções de exportação e lojas de vendas, pois os bordados são feitos pelas bordadeiras em suas casas depois dos desenhadores das fábricas os terem desenhado.
Os tecidos usados nesta indústria, são o linho, o algodão, a seda natural , o organdi e as fibras sintéticas, que antes de seguirem para as bordadeiras (acompanhados de uma chapa com a indicação das cores e pontos a utilizar) passam pelos estampadores ,que, utilizando o papel vegetal (previamente desenhado e picotado pelos desenhadores) pressionado sobre o tecido com uma espécie de almofada (também chamada de boneca) tingida de azul ou preto, assinalam as zonas a bordar.
Após terminado o bordado, este volta à cidade, uma vez que as bordadeira vivem no campo, para a fábrica, onde é verificado, recortado, lavado e engomado. Esta sucessão de operações só termina com a verificação final, e na colocação do selo de chumbo, que garante a sua qualidade e perfeição, aposto pelo IBTAM (Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira).
Está pronto para ser vendido em qualquer casa especializada da ilha ou de seguir para exportação.
No final o sucesso está na apreciação do bordado pelos mais sensíveis e adeptos da verdadeira arte.